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Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy deixa prisão após cumprir 3 semanas de pena de 5 anos

Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy deixa sua casa em direção à prisão em outubro. A Justiça francesa concedeu regime de liberdade provisória ao ex-pr...

Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy deixa prisão após cumprir 3 semanas de pena de 5 anos
Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy deixa prisão após cumprir 3 semanas de pena de 5 anos (Foto: Reprodução)

Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy deixa sua casa em direção à prisão em outubro. A Justiça francesa concedeu regime de liberdade provisória ao ex-presidente da França Nicolas Sarkozy, preso em outubro após ser condenado em processo de financiamento ilegal de sua campanha com recursos do governo da Líbia. Com a nova decisão, Sarkozy, que havia sido condenado a cinco anos em regime fechado, deixou a prisão menos de três semanas depois de ter entrado em um presídio nos arredores de Paris. Ele já deixou o presídio de La Santé, nos arredores de Paris (veja imagem abaixo). Ex-presidente da França Nicolas Sarkozy coloca o rosto para fora de seu automóvel ao voltar para sua residência após ser libertado da prisão, em 10 de novembro de 2025. Yves Herman/ Reuters ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A Corte de Apelações da França acatou um pedido da defesa de Sarkozy, que havia solicitado que o ex-presidente cumprisse pena em regime aberto enquanto aguarda decisão de um recurso que apresentou contra a condenação, com a alegação de que ele não oferece risco de fuga. O tribunal concordou em libertá-lo, mas determinou que ele deve ficar sob supervisão judicial, o que inclui vistorias frequentes e a proibição de que ele deixe a França. Sarkozy também não poderá manter contato com pessoas envolvidas em seu processo -- durante o julgamento, ele chegou a ser acusado de pressionar testemunhas a mudarem suas versões. Mais cedo, em declaração em videoconferência, o ex-presidente, que governou a França entre 2007 e 2012, afirmou que a prisão é "muito dura". “É difícil, muito difícil — certamente para qualquer prisioneiro. Eu diria até que é implacável”. O ex-presidente também agradeceu aos funcionários da prisão que “tornaram este pesadelo suportável”. Sarkozy, de 70 anos, tornou-se o primeiro ex-chefe de Estado francês da era moderna a ser preso após sua condenação. Ele foi preso em 21 de outubro, mas apresentou imediatamente um pedido de libertação antecipada. Condenação Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy Sarah Meyssonnier/Reuters Sarkozy, de 70 anos, foi condenado pelo Tribunal Criminal de Paris no fim de setembro por associação criminosa, em um caso que vinha sendo investigado havia anos de financiamento ilegal de sua campanha eleitoral de 2007 pelo governo da Líbia, então comandando pelo ex-ditador Muammar Khadafi. O ex-presidente francês nega todas as acusações e afirma estar sendo vítima de uma perseguição. Ao ingressar na prisão, em outubro, disse que dormiria em sua cela "de cabeça erguida". Ele foi absolvido de todas as outras acusações, incluindo corrupção e recebimento de financiamento de campanha ilegal. A Promotoria, que acusou Sarkozy, disse no julgamento acreditar que, em troca de dinheiro para financiar a campanha eleitoral de Sarkozy de 2007, Kadhafi recebeu a promessa de ajuda para restaurar sua imagem internacional. O então governo líbio tinha sido acusado de executar atentados contra um avião na Escócia e outro no Níger. ➡️ Kadhafi foi derrubado e assassinado por seus opositores em outubro de 2011, durante a Primavera Árabe. A França foi um dos países cruciais da intervenção da Otan, que com a imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia prestou um apoio essencial aos rebeldes. Outras 11 pessoas foram processadas ao lado de Sarkozy. A Justiça declarou seu ex-braço direito Claude Guéant culpado por corrupção e o ex-ministro Brice Hortefeux culpado por associação ilícica. O tesoureiro de campanha, Éric Woerth, foi absolvido. O caso é baseado em declarações de sete ex-dirigentes líbios, viagens à Líbia de Guéant e Hortefeux, transferências de dinheiro e nos cadernos do ex-ministro do Petróleo líbio Shukri Ghanem, que foi encontrado afogado no rio Danúbio em Viena em 2012. Antes deste processo, o ex-líder conservador francês já enfrentava outros problemas judiciais: ele chegou a ser condenado a um ano de prisão efetiva por corrupção e tráfico de influência no chamado caso das "escutas", mas conseguiu reverter a sentença e conseguiu cumprir pena aberta usando tornozeleira eletrônica.