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Retirada de palestinos de Gaza, Nobel da Paz, armas para Ucrânia: como foi o encontro de Trump e Netanyahu na Casa Branca

Premiê israelense se reuniu com Trump na Casa Branca para debater o acordo de cessar-fogo em Gaza. Ele também anunciou ter recomendado o presidente dos EUA ao...

Retirada de palestinos de Gaza, Nobel da Paz, armas para Ucrânia: como foi o encontro de Trump e Netanyahu na Casa Branca
Retirada de palestinos de Gaza, Nobel da Paz, armas para Ucrânia: como foi o encontro de Trump e Netanyahu na Casa Branca (Foto: Reprodução)

Premiê israelense se reuniu com Trump na Casa Branca para debater o acordo de cessar-fogo em Gaza. Ele também anunciou ter recomendado o presidente dos EUA ao Prêmio Nobel da Paz. Como foi o encontro de Trump e Netanyahu na Casa Branca Na noite desta segunda-feira (7), ocorreu o terceiro encontro entre o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em menos de três meses. Em um jantar privado na Casa Branca, os dois aliados traçaram estratégias para a Faixa de Gaza, mas também discutiram Irã, formas de manter Netanyahu no poder e até uma indicação para o Prêmio Nobel da Paz. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A reunião ocorreu a portas fechadas, mas os líderes indicaram, em uma conversa com a imprensa, os principais pontos em pauta. Veja abaixo: Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (à esquerda), entrega carta a presidente dos EUA, Donald Trump, com indicação para Trump receber Nobel da Paz, durante jantar na Casa Branca, em 7 de julho de 2025. Kevin Lamarque/ Reuters Deslocamento de palestinos Logo no começo da reunião, em uma conversa com a imprensa, Netanyahu disse que seu governo e o de Trump estão buscando países que concordem em receber palestinos que vivem atualmente na Faixa de Gaza. Trump disse que há "ótima cooperação" por parte de países no Oriente Médio procurados por EUA e Israel, mas não especificou se algum deles havia aceitado a proposta. O primeiro-ministro de Israel afirmou que a parceria daria aos palestinos um "futuro melhor", sugerindo que os moradores de Gaza poderiam se mudar para países vizinhos. "Se as pessoas quiserem ficar, podem ficar, mas se quiserem sair, devem poder sair", disse Netanyahu. "Estamos trabalhando em estreita colaboração com os Estados Unidos para encontrar países que busquem realizar o que sempre dizem, que querem dar aos palestinos um futuro melhor. Acho que estamos perto de encontrar vários países." Esta não foi a primeira vez que os líderes falaram sobre a ideia de deslocar os mais de 2 milhões de moradores de Gaza. Desde que Israel voltou a atacar a Faixa de Gaza, Netanyahu vem mencionando planos de ocupar o território palestino. No primeiro encontro entre os dois líderes desde o início da nova gestão do presidente dos EUA, em fevereiro, Trump afirmou que os EUA pretendiam assumir o controle da Faixa de Gaza após o fim da guerra. Disse também que queria, inclusive, construir uma "riviera do Oriente Médio", com um complexo de resorts, no território. Depois, em maio, Netanyahu afirmou que pretende dominar toda a Faixa de Gaza. Cessar-fogo Terroristas do Hamas aceitam proposta de cessar-fogo mediada pelos EUA O encontro entre Trump e Netanyahu ocorreu em um momento de suposto avanço para um cessar-fogo entre Israel e Hamas. Na conversa com a imprensa, o líder israelense evitou falar do tema, mas Trump disse achar que o acordo pode ser alcançado ainda nesta semana. Na semana passada, o presidente norte-americano disse que o governo israelense havia concordado com um cessar-fogo nos termos propostos pelos EUA. Dias depois, o Hamas afirmou ter aceitado o acordo, que, entre outros pontos, propõe a trégua nos ataques israelenses e a troca de prisioneiros palestinos pelos reféns ainda sob poder do grupo terrorista. O texto também prevê a retirada parcial de tropas israelenses de Gaza e discussões sobre o fim definitivo da guerra. Nenhum avanço foi feito desde então, mas uma fonte do governo israelense disse à agência Reuters que o clima nas negociações é positivo. Armas para a Ucrânia Durante o jantar com Netanyahu, Trump também afirmou que os Estados Unidos têm que mandar mais armamento para a Ucrânia durante a guerra contra a Rússia. "Temos que fazer isso”, disse Trump quando perguntado sobre o envio adicional de armas para Kiev. “Eles precisam ser capazes de se defender". Dias atrás, o republicano havia suspendido o envio de armamento ao país, segundo a agência de notícias norte-americana Associated Press. Logo depois da fala de Trump, o Pentágono anunciou o envio de mais armas ao Exército ucraniano. Irã Trump disse que os Estados Unidos marcaram novas conversas com o Irã para negociar um acordo nuclear. Afirmou ainda que "gostaria de suspender as sanções com o Irã em algum momento". Antes de viajar a Washington, Netanyahu afirmou que aproveitaria o encontro para agradecer a Trump pelos ataques dos EUA contra instalações nucleares no Irã, no mês passado. Os bombardeios resultaram em um cessar-fogo entre Tel Aviv e Teerã após 12 dias de guerra. Nobel da Paz No início do encontro, o primeiro-ministro de Israel anunciou ter indicado o nome de Trump ao Prêmio Nobel da Paz. Netanyahu entregou ao presidente dos EUA uma carta reproduzindo a indicação que ele disse ter sido enviada à organização da premiação, sediada na Noruega. Segundo o líder israelense, a indicação foi feita por conta dos "esforços" do presidente dos EUA em garantir a paz no Oriente Médio. As nomeações para o Nobel da Paz funcionam a partir de indicações, que podem ser feitas por membros de governos, parlamentos ou reitores universitários de todo o mundo, além de integrantes de tribunais internacionais. 'Lobby' político para Netanyahu Antes do encontro, o ministro israelense e integrante do gabinete de segurança de Netanyahu, Avi Dichter, disse esperar que o encontro com Trump também abordasse a possibilidade de normalizar relações com Líbano, Síria e Arábia Saudita. "Acho que vai se concentrar, antes de mais nada, em um termo que usamos muito, mas que agora tem significado real: um novo Oriente Médio", disse ele à emissora pública israelense Kan nesta segunda-feira. Ainda não há informações sobre se o tema foi discutido privadamente entre os dois. Mas, para Trump, manter Netanyahu fortalecido em Israel essencial para avançar nessas negociações regionais e manter a influência dos EUA no Oriente Médio. Ele tem demonstrado forte apoio ao premiê israelense, a ponto de se envolver na política interna de Israel. No fim de junho, Trump usou as redes sociais para criticar os promotores responsáveis pelo julgamento de corrupção contra Netanyahu, que é acusado suborno, fraude e abuso de confiança. O premiê nega as denúncias. Trump argumentou na semana passada que o processo contra Netanyahu poderia atrapalhar a capacidade do país aliado de negociar com o Hamas e o Irã. Trump defende Bolsonaro Trump defende Bolsonaro nas redes sociais O encontro de Trump com Netanyahu também foi a primeira vez em que o presidente norte-americano falou após publicar uma postagem em defesa do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro. Na rede social Truth Social, o republicano escreveu que Bolsonaro é alvo de perseguição e que o Brasil está fazendo “algo terrível” no tratamento dado ao ex-presidente, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Lula também se manifestou após a publicação do americano e, sem citá-lo diretamente, afirmou que não aceita "interferência ou tutela de quem quer que seja". LEIA TAMBÉM: Como Trump está usando a 'Teoria do Louco' para tentar mudar o mundo (e está funcionando) Enchentes no Texas deixam 82 mortos e mais de 40 desaparecidos; há risco de novas inundações Chihuahua herói ajuda a salvar dono que caiu em geleira na Suíça VÍDEOS: mais assistidos do g1