'Marcha da Geração Z': ato contra governo e aumento da violência acaba em confronto no México
Uma manifestação pacífica na Cidade do México terminou em confronto neste sábado (15). A marcha, que reuniu milhares de pessoas na Paseo de la Reforma —...
Uma manifestação pacífica na Cidade do México terminou em confronto neste sábado (15). A marcha, que reuniu milhares de pessoas na Paseo de la Reforma — uma das principais avenidas da capital mexicana — protestava contra o governo da presidente Claudia Sheinbaum e contra o aumento dos casos de violência, incluindo o assassinato do prefeito de Uruapan, Carlos Manzo. (Entenda mais abaixo) Segundo a mídia internacional, as tensões escalaram no início da tarde, quando alguns jovens escalaram uma das barreiras metálicas que cercavam o Palácio Nacional e começaram a golpear a estrutura, com o objetivo de derrubá-la. Policiais e militares que acompanhavam o protesto teriam reagido com gás lacrimogêneo, pó de pólvora e acionaram extintores de incêndio para dispersar os manifestantes, que por sua vez responderam lançando fogos de artifício contra as forças de segurança. "Era assim que vocês deveriam ter protegido Carlos Manzo", gritaram alguns manifestantes para as forças de segurança, segundo a agência de notícias France Presse (AFP). Veja os vídeos em alta no g1: Veja os vídeos que estão em alta no g1 Perto das 13h, um grupo de pessoas conseguiu abrir uma brecha na cerca metálica e passaram e tentaram invadir o Palácio Nacional. A polícia que guardava o perímetro passou a atirar pedras nos manifestantes. Alguns ficaram feridos e foram atendidos por médicos que também participavam do protesto. Com a escalada das tensões, mais agentes da Secretaria de Segurança Cidadã chegaram ao local e passaram a agredir os manifestantes, que deixaram a área poucos minutos depois. Segundo o secretário da Segurança pública da Cidade do México, Pablo Vázquez, ao menos 100 policiais ficaram feridos no confronto, incluindo 40 que precisaram de atendimento hospitalar. Outros 20 civis também ficaram feridos. A informação é da agência de notícias Reuters. O protesto foi organizado principalmente por jovens — motivo pelo qual ficou conhecido no país como a "marcha da Geração Z". Segundo a AFP, no entanto, pessoas de várias idades participavam da manifestação. Manifestantes avançam contra a polícia durante marcha na Cidade do México. Marco Ugarte/AP Photo Entenda o caso A manifestação foi convocada pelas redes sociais por representantes da Geração Z. O ato criticava o aumento da violência e a política de segurança da presidente Claudia Sheinbaum. No poder desde 1º de outubro de 2024, Sheinbaum manteve a aprovação do governo superior a 70% no primeiro ano de sua gestão, mas enfrenta críticas por sua política de segurança, após assassinatos que chamaram a atenção pública, principalmente no estado de Michoacán. A região vive uma onda de violência desde o assassinato de Carlos Manzo, prefeito da cidade de Uruapan. Crítico da política de segurança do governo federal mexicano e conhecido por perseguir criminosos pessoalmente, Manzo foi morto a tiros durante um evento do Dia dos Mortos, em 2 de novembro. Dias antes, Bernardo Bravo, líder dos produtores de limão de Michoacán, também havia sido assassinato. Durante os protestos deste sábado (15), muitos dos que estavam presentes usavam chapéus semelhantes aos de Manzo. Na quinta-feira (13), Sheinbaum chegou a questionar os chamados para a mobilização deste sábado, afirmando que a convocação foi "inorgânica" e "paga". "É um impulso, promovido inclusive do exterior, contra o governo", disse a presidente mexicana.
Fonte da Reprodução:
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/11/15/manifestacao-mexico.ghtml