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Itamaraty diz deplorar manifestações do governo Trump: 'Intromissão indevida e inaceitável'

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente do Brasil, Lula, em montagem feita pelo g1 — Foto: Ricardo Stuckert/PR e REUTERS/Kevin Mo...

Itamaraty diz deplorar manifestações do governo Trump: 'Intromissão indevida e inaceitável'
Itamaraty diz deplorar manifestações do governo Trump: 'Intromissão indevida e inaceitável' (Foto: Reprodução)

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente do Brasil, Lula, em montagem feita pelo g1 — Foto: Ricardo Stuckert/PR e REUTERS/Kevin Mohatt O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota nesta terça-feira (15) na qual afirma que "deplora" e "rechaça" manifestações do governo Donald Trump sobre o Brasil, classificando o posicionamento do norte-americano como uma “intromissão indevida e inaceitável”. 📄A nota é a primeira manifestação oficial do Itamaraty após o tarifaço de Donald Trump sobre produtos brasileiros vendidos no mercado americano. Governo Trump cita Bolsonaro e faz nova ameaça ao Brasil Trump defende Bolsonaro: 'Não é como se ele fosse meu amigo, é alguém que eu conheço' Em carta enviada ao presidente Lula, Trump disse erroneamente que os Estados Unidos tem déficit na relação comercial com o Brasil. Também declarou que existe uma "caça às bruxas" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. "O governo brasileiro deplora e rechaça, mais uma vez, manifestações do Departamento de Estado norte-americano e da embaixada daquele país em Brasília que caracterizam nova intromissão indevida e inaceitável em assuntos de responsabilidade do Poder Judiciário brasileiro. Tais manifestações não condizem com os 200 anos da relação de respeito e amizade entre os dois países", afirmou o Itamaraty. Desde que Trump anunciou o tarifaço, Lula deu entrevistas, divulgou comunicados oficiais e afirmou em discursos públicos que o Brasil é um país soberano e não aceitará ser tutelado por ninguém. Além disso, passou a dizer que, se os Estados Unidos quiserem negociar as tarifas, o governo brasileiro aceita. Entretanto, se não houver acordo, o Brasil responderá com base na lei brasileira da reciprocidade econômica, aprovada pelo congresso nacional e sancionada por Lula e cuja regulamentação foi publicada nesta terça (15). Outra opção, segundo o próprio Lula, seria o Brasil recorrer à organização mundial do comércio (OMC). Entretanto, diplomatas avaliam que a organização está paralisada e sem capacidade de agir e , mesmo que tome uma decisão, sem força para implementar. Diante disso, Lula já colocou que uma possibilidade seria o Brasil recorrer conjuntamente com outros países afetados pelo tarifaço. Na nota divulgada nesta terça, o Itamaraty afirma que o Brasil vem negociando com autoridades norte-americanas, desde março, questões relativas a tarifas, de interesse mútuo, e “está disposto a dar sequência a esse diálogo, em benefício das economias, dos setores produtivos e das populações de ambos os países”. “A equivocada politização do assunto não é de responsabilidade do Brasil, país democrático cuja soberania não está e nem estará jamais na mesa de qualquer negociação”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores.