Israel volta a atacar Líbano após acusar Hezbollah de tentar se reerguer; 12 morrem
Motociclista passa diante de prédio ainda destruído por causa dos bombardeios de Israel no sul do Líbano, em 3 de julho de 2025. Aziz Taher/ Reuters Israel v...

Motociclista passa diante de prédio ainda destruído por causa dos bombardeios de Israel no sul do Líbano, em 3 de julho de 2025. Aziz Taher/ Reuters Israel voltou a atacar o Líbano nesta terça-feira (15), rompendo uma trégua em vigor entre o governo israelense e o Hezbollah desde que os dois lados encerraram a guerra que travaram no ano passado. O Exército israelense anunciou que começou a atacar nesta terça alvos pertencentes à unidade de elite do Hezbollah, a Força Radwan, na região de Bekaa, no leste do Líbano. Segundo o Ministério da Saúde libanês, 12 pessoas morreram — foi o episódio mais mortal desde que os dois lados firmaram o cessar-fogo. Os ataques enviam uma "mensagem clara" ao Hezbollah, disse o Ministro da Defesa, Israel Katz. Katz acusou o grupo islâmico apoiado pelo Irã de tentar reconstruir suas forças, violando um dos pontos do acordo de cessar-fogo ao que ambas as partes chegaram em novembro de 2024. "Os ataques das Forças de Defesa de Israel, atualmente em andamento no Líbano, são uma mensagem clara à organização terrorista Hezbollah, que planeja reconstruir suas capacidades de ataque contra Israel por meio da Força Radwan", disse Katz em um comunicado. Ele afirmou ainda que os ataques também são uma mensagem ao governo libanês, responsável por manter o acordo de cessar-fogo. Israel e o Hezbollah chegaram a um acordo de cessar-fogo em novembro, encerrando mais de um ano de conflitos decorrentes da guerra de Israel com o Hamas em Gaza. O acordo prevê o desarmamento de todos os grupos armados no Líbano e determina que todas as "armas não autorizadas" e a infraestrutura militar devem ser desmanteladas, começando pelo sul do Líbano. No entanto, o Hezbollah afirma que o acordo se aplica exclusivamente ao sul do Líbano. Israel e o Hezbollah travaram um intenso combate durante dois meses no fim de 2024. O grupo extremista vinha atacando com foguetes o norte de Israel, região com a qual faz fronteira, desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em solidariedade ao Hamas. Ambos os grupos são financiados pelo Irã. Mas os embates se intensificaram, e Israel começou uma forte campanha de bombardeios e operações por terra no sul do Líbano, região onde o Hezbollah surgiu e atua, e na capital do país, Beirute. Durante dois meses, os ataques mataram mais de 3.500 pessoas no Líbano, de acordo com o Ministério da Saúde libanês, e também provocaram um dos maiores êxodos da história do país: cerca de 1,2 milhão de pessoas, ou um quarto da população do Líbano, deixou suas casas ou até fugiu para outros países. Do lado israelense, cerca de 90 soldados e quase 50 civis foram mortos em bombardeios no norte de Israel e em combates no front de batalha. Em novembro de 2024, as duas partes alcançaram um cessar-fogo. Governo americano diz que acordo entre Israel e Líbano está estendido até 18 de fevereiro