EUA confirmam acordo de US$ 20 bilhões para ajudar Argentina de Javier Milei
EUA confirmam acordo de US$ 20 bilhões para ajudar Argentina de Javier Milei Os Estados Unidos compraram pesos argentinos e também concluíram um acordo de sw...

EUA confirmam acordo de US$ 20 bilhões para ajudar Argentina de Javier Milei Os Estados Unidos compraram pesos argentinos e também concluíram um acordo de swap cambial de US$ 20 bilhões com o Banco Central do país, informou nesta quinta-feira (9) o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent. Ele não detalhou as operações. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça As medidas, anunciadas após o fechamento dos mercados, buscam apoiar o país sul-americano, que enfrenta forte desvalorização da moeda local e níveis baixos de reservas em dólar. Essa foi a primeira intervenção dos EUA no mercado de câmbio da Argentina. 🔎 O swap cambial é uma troca temporária de moedas entre países, usada para reforçar as reservas internacionais e proporcionar maior estabilidade à economia local. É uma forma de obter liquidez em moeda estrangeira sem recorrer a empréstimos tradicionais. Após um prazo determinado, cada país devolve a moeda recebida, com ajustes de juros ou câmbio. Na prática, a medida ajuda a Argentina, que enfrenta escassez de reservas em dólar. O apoio foi confirmado após uma reunião entre as principais autoridades financeiras dos dois países, em Washington. Além disso, no mês passado, Donald Trump encontrou Javier Milei na Assembleia Geral da ONU, elogiou o presidente argentino e prometeu apoio ao país. Antes do encontro entre os líderes, Bessent já havia declarado que a Casa Branca estava disposta a fornecer amplo apoio à Argentina, incluindo uma linha de swap de US$ 20 bilhões. Em publicação no X nesta quinta-feira, o secretário do Tesouro dos EUA reiterou o compromisso com o país. “O Tesouro dos EUA está preparado, imediatamente, para tomar quaisquer medidas excepcionais que se mostrem necessárias para garantir a estabilidade dos mercados”, escreveu Bessent. Milei, que deve se reunir com Donald Trump na próxima semana, durante os encontros anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial em Washington, agradeceu a Bessent e ao presidente dos EUA também em uma publicação no X. “Juntos, como os mais próximos aliados, construiremos um hemisfério de liberdade econômica e prosperidade. Trabalharemos duro todos os dias para oferecer oportunidades ao nosso povo”, escreveu Milei. Javier Milei perde legislativas em Buenos Aires e mercado reage Crise argentina A piora mais intensa dos mercados na Argentina ocorreu após a derrota de Milei nas eleições legislativas de Buenos Aires. Foi o primeiro grande teste eleitoral do presidente, ainda pressionado pelos efeitos da denúncia de corrupção que envolve sua irmã, Karina Milei, integrante do governo. No dia seguinte ao pleito, o S&P Merval, principal índice da bolsa da capital argentina, caiu 13,23%, enquanto os títulos públicos com vencimento em 35 anos recuaram quase 8%. O peso argentino se desvalorizou 4,25%, cotado a 1.423 por dólar. O pessimismo no mercado surgiu após investidores demonstrarem preocupação de que o governo de Javier Milei não conseguiria avançar com sua agenda de cortes de gastos e reestruturação das contas públicas na Argentina. A partir de então, ocorreram sucessivas quedas do peso em relação ao dólar, levando o Banco Central da Argentina a retomar intervenções no câmbio para controlar a disparada da moeda norte-americana. A volatilidade só diminuiu após o anúncio de Bessent sobre o apoio dos EUA ao país sul-americano. Ainda assim, permanecia a expectativa em relação à concretização das promessas. Nesta quinta-feira, ainda sem refletir os efeitos do anúncio do governo americano, o dólar recuou 0,06% frente ao peso. Com um dólar, era possível adquirir 1.421,44 pesos argentinos. Já o índice S&P Merval subiu 5,80%, aos 1.924.93 pontos. A expectativa, então, fica para as movimentações desta sexta-feira. O próximo grande teste de Milei e da força de seu governo será nas eleições de meio de mandato, marcadas para 26 de outubro, quando os eleitores vão renovar parte do Congresso argentino. O resultado também poderá impactar fortemente os mercados. Donald Trump cumprimenta Javier Milei durante encontro na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Reuters Encontro de Milei e Trump Em encontro nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, em 23 de setembro, o presidente Donald Trump afirmou que os EUA estão dispostos a ajudar a economia da Argentina caso necessário. "Vamos ajudá-los. Não acho que precisem de um resgate", disse Trump. “Scott está trabalhando com o país deles para que consigam boas dívidas e tudo o que é necessário para tornar a Argentina grande novamente”, acrescentou. O presidente dos EUA também declarou apoio à reeleição de Milei, dizendo que o líder argentino precisa de mais um mandato “para completar o trabalho”. Questionado sobre mais detalhes a respeito dos esforços dos EUA, Trump afirmou: "Estamos dando ao presidente da Argentina nosso total apoio e endosso." Durante o encontro, Trump entregou a Milei uma versão impressa de um post que ele mesmo publicou na Truth Social, no qual elogia o líder argentino. A publicação havia sido feita pouco antes da reunião. Milei recebeu o presente e posou sorrindo para fotos. No documento, Trump afirma que Milei "provou ser um líder realmente fantástico e poderoso para o grande povo argentino, avançando em todos os níveis em velocidade recorde". Javier Milei reage a 'presente' de Trump: um post feito pelo presidente dos EUA na Truth Social, elogiando o líder argentino. Reuters "Ele herdou uma 'bagunça total', com uma inflação horrível causada pelo anterior presidente de esquerda radical (muito parecido com Crooked Joe Biden, o PIOR presidente da história de nossa nação), mas conseguiu devolver estabilidade à economia da Argentina e elevá-la a um novo patamar de destaque e respeito!", diz a publicação. No texto, Trump também diz ter "uma relação tremenda com a Argentina, que se tornou um aliado forte, graças ao presidente Milei". E acrescenta: "Estou ansioso para continuar trabalhando de perto com ele, para que os nossos países possam continuar em seus incríveis caminhos de sucesso". Apoio do Banco Mundial Separadamente, o Banco Mundial informou no mês passado a aceleração de seu plano de apoio de US$ 12 bilhões à Argentina, destinando até US$ 4 bilhões nos próximos meses por meio de financiamento do setor público e investimentos do setor privado. O banco de desenvolvimento afirmou, em nota, que o pacote apoiará o processo de reformas da Argentina e sua estratégia de crescimento de longo prazo. Ainda não se sabe sobre a velocidade de liberação dos recursos. “O pacote terá como foco motores-chave de competitividade: desbloqueio da mineração e de minerais estratégicos; impulso ao turismo como fonte de empregos e desenvolvimento local; expansão do acesso à energia; e fortalecimento das cadeias de suprimentos e do financiamento de pequenas e médias empresas”, informou o Banco Mundial.
Fonte da Reprodução:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/10/09/apoio-eua-argentina.ghtml