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Cessar-fogo em Gaza e retorno dos reféns põem Netanyahu diante do acerto de contas com israelenses

Netanyahu: O preço dessa vitória foi pesado O cessar-fogo em Gaza e o retorno dos reféns a Israel põem o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de frente para...

Cessar-fogo em Gaza e retorno dos reféns põem Netanyahu diante do acerto de contas com israelenses
Cessar-fogo em Gaza e retorno dos reféns põem Netanyahu diante do acerto de contas com israelenses (Foto: Reprodução)

Netanyahu: O preço dessa vitória foi pesado O cessar-fogo em Gaza e o retorno dos reféns a Israel põem o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de frente para a realidade adiada nos últimos dois anos: o acerto de contas sobre a maior falha de segurança da história do país — o massacre de 7 de outubro de 2023, realizado pelo Hamas em solo israelense. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Até agora, o premiê se eximiu da responsabilidade do dia mais mortal para os judeus desde o Holocausto e jogou a culpa nos serviços de Inteligência e nas forças de Defesa, que estão sob o seu guarda-chuva. A investigação foi adiada pela guerra em Gaza, assim como o julgamento que ele enfrenta desde 2020 em três processos de corrupção e pode lhe render até 10 anos de prisão. As audiências vêm se arrastando, e o premiê tem obtido êxito em postergá-las pelos mais variados motivos. Nesta quarta-feira (15), por exemplo, ele alegou estar resfriado e com tosse para solicitar que a audiência terminasse mais cedo e foi atendido pelos juízes. Primeiro-ministro mais longevo do país, Netanyahu precisa manter-se no cargo para resistir aos processos. Benjamin Netanyahu em coletiva de imprensa Ohad Zwigenberg/Pool via REUTERS Suspensa a guerra em Gaza, o fôlego político será novamente testado. Seu desgaste é visível. No sábado passado, vaias soavam como estrondos cada vez que seu nome era pronunciado na Praça dos Reféns, em Tel Aviv, onde manifestantes se reuniam à espera pela libertação dos 20 reféns vivos. Nos últimos dias, ele passou a se agarrar ao prestígio de Donald Trump entre os israelenses como a tábua de salvação política. No discurso ao Parlamento, em Jerusalém, o presidente americano chegou a pedir clemência para o premiê ao homólogo Isaac Herzog. “Perdoe-o, vamos lá! Quem se importa com charutos e champanhe?”, desdenhou Trump, em alusão a um dos processos, por suborno, no qual Netanyahu é acusado de receber presentes extravagantes. Trump usou adjetivos laudatórios para definir Netanyahu: “Você é um homem muito popular. Sabe por quê? Você sabe vencer.” Trump pede que presidente de Israel perdoe Netanyahu Ao longo dos 18 anos à frente do governo, Netanyahu incrementou, com manobras e coligações consideradas improváveis, o instinto latente para a sobrevivência política. Sua insistência em perpetuar a guerra em Gaza isolou Israel e alavancou as manifestações de antissemitismo no mundo. Alvo de um mandado de captura pelo Tribunal Penal Internacional, ele é impedido de viajar a países signatários. Nesta hora de acerto de contas com os israelenses, começa uma nova batalha para o primeiro-ministro: mostrar-se convincente na sua narrativa como vitorioso em enfrentar o Hamas, o Hezbollah e o Irã, a despeito das falhas na segurança do país. A campanha para as eleições do próximo ano já está nas ruas e, mais do que nunca, Netanyahu precisa de Trump para vencê-la.