A Otan está envolvida na guerra contra a Rússia, diz Kremlin
Putin em 15 de agosto de 2025 durante cúpula com Trump Reuters O Kremlin afirmou nesta segunda-feira (15) que a Otan está envolvida na guerra contra a Rússia...

Putin em 15 de agosto de 2025 durante cúpula com Trump Reuters O Kremlin afirmou nesta segunda-feira (15) que a Otan está envolvida na guerra contra a Rússia, fala que deve escalar ainda mais as tensões entre russos e europeus. “A Otan está de fato envolvida nesta guerra. A Otan está fornecendo apoio direto e indireto ao regime de Kiev, (...) pode-se dizer com absoluta certeza que a Otan está lutando contra a Rússia”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a jornalistas. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A fala de Peskov ocorre em meio a um acirramento de tensões entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) por conta da invasão dos espaços aéreos polonês e romeno —dois países-membros da aliança militar— por drones russos nos últimos dias. A Rússia negou ter a intenção de enviar drones à Polônia, e disse não ter relação com o drone que entrou na Romênia neste final de semana. Ambos os incidentes ocorreram durante bombardeios massivos ao território ucraniano, e em ambos os casos os drones foram abatidos por caças da Otan, algo que até semana passada nunca tinha acontecido na guerra da Ucrânia, iniciada após a invasão russa em fevereiro de 2022. O ex-presidente russo e aliado de Putin, Dmitry Medvedev, também falou em guerra nesta segunda-feira ao criticar e ironizar a iniciativa da Otan de reforçar seu flanco oriental após os incidentes com os drones. Segundo o secretário-geral da aliança militar, Mark Rutte, a proposta é aumentar a segurança dos membros mais próximos da Rússia, como os países bálticos, o que envolve maior mobilização de tropas e veículos de guerra na região. (Leia mais abaixo) “Falando sério, implementar a ideia provocativa de Kiev e de outros idiotas de criar uma ‘zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia’ e permitir que países da Otan derrubem nossos drones significará apenas uma coisa: a guerra da Otan com a Rússia”, disse Medvedev. Ao mesmo tempo, a Rússia está realizando exercícios militares com seu aliado Belarus. A operação iniciou dois dias após o incidente de drones na Polônia, e será finalizada nesta terça. A Rússia testou um novo míssil hipersônico durante os exercícios, que estão sendo acompanhados de perto pelo Ocidente. Rutte afirmou no domingo que a nova leva de mísseis russos é capaz de chegar a capitais no oeste da Europa poucos minutos após serem lançados. O porta-voz do Kremlin disse nesta segunda-feira que as negociações com a Ucrânia pelo fim da guerra estão suspensas, e chamou o governo ucraniano de inflexível. Reforço das fronteiras Otan começa a patrulhar fronteiras com a Rússia Na sexta, a Otan anunciou planos para reforçar a defesa do flanco oriental da Europa, na primeira ação do tipo durante a guerra da Rússia na Ucrânia. O reforço ocorre após a invasão de drones russos na Polônia, que Varsóvia classificou como uma tentativa da Rússia de testar as capacidades de resposta da Polônia e da Otan. Durante o lançamento do plano emergencial, os EUA se juntaram aos aliados ocidentais em uma declaração para expressar preocupação com a incursão dos drones e acusar Moscou de violar a lei internacional e a Carta da ONU. A Rússia alegou que suas forças estavam atacando a Ucrânia no momento das incursões dos drones e que não tinha a intenção de atingir alvos na Polônia. O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, chamou as incursões de "imprudentes e inaceitáveis". "Não podemos ter drones russos entrando no espaço aéreo dos aliados", disse ele ao anunciar a operação de reforço, batizada de "Sentinela Oriental". A missão, que já começou na noite de sexta, envolverá uma série de recursos que integram bases aéreas e terrestres, entre os aliados que se comprometeram, incluindo Dinamarca, França, Reino Unido e Alemanha. Outros devem se juntar a ela, disse Rutte. O principal oficial militar da Otan, o general da Força Aérea dos EUA Alexus Grynkewich, disse que a aliança vai defender cada centímetro de seu território. "A Polônia e os cidadãos de toda a aliança devem estar seguros de nossa resposta rápida no início da semana e de nosso anúncio significativo aqui hoje", disse Grynkewich na mesma coletiva de imprensa na sede da Otan em Bruxelas. Grynkewich disse que a Sentinela Oriental foi projetada como uma operação flexível para reforçar as defesas ao longo de todo o flanco oriental da Otan, que se estende dos estados bálticos, ao norte, até a Romênia e a Bulgária, ao sul. A Otan já tem forças substanciais no leste da Europa, com milhares de soldados. Não foi especificado quantas tropas adicionais estariam envolvidas na nova operação. O anúncio detalhou um contingente modesto de recursos militares adicionais — dois caças F-16 e uma fragata da Dinamarca, três caças Rafale da França e quatro caças Eurofighter da Alemanha. O Reino Unido disse que vai fazer sua parte e detalhar sua contribuição em breve. Em resposta ao comentário de Trump na quinta-feira (11) de que a incursão poderia ter sido um acidente, o primeiro-ministro polonês Donald Tusk respondeu no X: "Também gostaríamos que o ataque de drones à Polônia fosse um erro. Mas não foi. E nós sabemos disso." Trump disse em uma entrevista à TV americana "Fox News" na sexta que sua paciência com Vladimir Putin estava "meio que se esgotando e se esgotando rapidamente", e neste sábado (13) propôs à Otan um novo pacote de sanções à Rússia.